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Especialistas mostram o que pode garantir uma vida boa após os 60 | Blog | Cuidar Idoso
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Especialistas mostram o que pode garantir uma vida boa após os 60

Especialistas mostram o que pode garantir uma vida boa após os 60


Energia de menino. O doutor Duarte tem 91 anos. Trabalha 12 horas por dia e ainda estuda.



"Para mim não é uma obrigação, não é uma sobrecarga, é um ganho que eu tenho de vida cada vez que eu aprendo uma coisa nova", conta Duarte.



Ele é médico de família. Anda para cima e pra baixo. Já outro paciente não sai de casa. Seu Cosme sofre de diabetes, pressão alta, glaucoma e tem dificuldade para andar. Tem 81 anos - dez a menos que o doutor Duarte.



Cosme: Agora, não aguento fazer mais nada.

Repórter: Quando o senhor parou?

Cosme: Parei já tem quase 1 ano. Eu não aguento. Quando me abaixo, dá tontura.



Que tipo de idoso nós vamos ser daqui a dez, 20, 30 anos? Encurvados, decaídos, dependentes? A imagem clássica do velhinho de bengala? Ou, quando chegar a nossa vez, vai haver uma mudança? Uma cabeça experiente e lúcida num corpo mais velho sim, só que ainda forte. A resposta dessa pergunta depende do que vai acontecer durante uma vida inteira, mas nós não gostamos nem de pensar nisso.



"Pega as histórias dos contos de fadas, quem é a bruxa, como é a bruxa? Velha, queixo grande, nariz comprido, mais verruga, aquela mão de artrose, então a figura da bruxa é a figura da velha. Acho que a sociedade não gosta fisicamente da velhice. A velhice é a coisa mais parecida com a morte que a gente tem. A grande dificuldade da gente é entender que as coisas são finitas, que a gente vai acabar um dia", diz a médica geriatra Lilian Schafirovits Morillo.



Vai. Mas tem várias formas de se chegar lá. O dia do seu Ampílio e da dona Ladi já começa de enxada na mão. Ele tem 91 anos; ela, 80. E nunca pararam. Sempre cuidaram um do outro. Nem viram o tempo passar.



Ampílio: Passaram os anos muito rápido, pensei que fosse mais comprido.

Repórter: Passaram rápido, mas passaram felizes também?

Ampílio: Graças a Deus, felizes.



Essa etapa que a gente se acostumou a chamar de fim da vida está mudando.



"Eu sou de uma geração que, quando trazia namorado ou namorada para casa, trancava a porta do quarto, os pais ficavam sem saber o que dizer. Hoje, a gente começa a namorar e os netos ficam sem saber o que fazer", compara o presidente do Centro de Longevidade Brasil, Alexandre Kalache.



Amor, saúde, felicidade. São conquistas possíveis em qualquer idade. O médico que foi diretor do programa de envelhecimento da Organização Mundial da Saúde diz que vive bem depois dos 60 quem conquista quatro coisas na vida que ele chama de "capitais".



"Para envelhecer bem você precisa de capital de saúde, indiscutível. Todo mundo concorda que envelhecer sem saúde não é uma boa", diz Kalache.



O dentista José Divaldo teve dor nas costas, depois veio a depressão. Ele entendeu o recado e começou a se mexer.



"Eu jogo bola, ando de bike, faço academia", conta o dentista. Acredite. Ele tem 71 anos.



Fátima tem 62 e faz atividade física desde criança. A mãe dela, Haydée, 89, e começou mais tarde



Haydée: Depois dos 50 anos, filho já criado, eu disse "agora eu vou, que ainda é tempo".



Repórter: Sempre é tempo?

Haydée: Sempre é tempo, então eu vim e foi muito bom.

Repórter: Eu tô com 50 anos, devo começar?

Haydée: Já tá atrasado.



O segundo capital para acumular ao longo da vida é o conhecimento. Um jornalista especializado na terceira idade diz que, no século 21, ninguém pode parar de aprender.



"Você sabe muito uma coisa hoje, amanhã isso já não serve mais para a economia, porque a própria tecnologia vai alterando o perfil das profissões", afirma Jorge Félix. Na opinião dele, os cursos para a terceira idade precisam preparar os mais velhos para lidar com a tecnologia moderna. Mexer no computador é um desafio para muita gente.



"Tanto é que tô aqui aprendendo informática porque eu me apertei, não sabia lidar, cheguei até a chorar que não sabia lidar. Agora eu sei, tenho internet", comenta a aposentada Mariazinha Dall’Oglio.



O terceiro capital é o dinheiro.



"Quando você é mais jovem, você não precisa obrigatoriamente de alguém que te preste cuidados, que te ajude em determinadas situações. É difícil envelhecer sem dinheiro", diz Lilian Morillo.



Quanto mais cedo a gente começar a guardar dinheiro, melhor.



"Se você imaginar que as pessoas vão ficar 40, 50 anos no mercado de trabalho, então cada grãozinho em cada mês, quando chegar lá, tem uma poupança apreciável", explica professor de Economia da USP Hélio Zylberstajn.



Quando isso é possível, porque guardar dinheiro no Brasil é muito difícil

"Os salários no Brasil são muito baixos, então você não tem capacidade de poupança, o brasileiro não tem como poupar porque ele mesmo, de classe média, tem que pagar pela educação do filho, ele tem que pagar plano de saúde. Então isso leva a capacidade de poupança", afirma Félix.



O quarto pilar desse plano para envelhecer bem deveria ser o mais fácil: fazer amigos!

"Invista nas suas relações com os amigos, sua família, com seus vizinhos, com quem seja, aumente. A maioria dos homens, em particular, investe só no trabalho. No dia que se aposenta fica sem saber o que fazer", destaca Kalache.



Esses quatro capitais são a rotina dos idosos de Vila Flores, uma cidadezinha gaúcha de três mil habitantes. Eles escreveram e montaram uma peça de teatro sobre a colonização italiana na região.



A apresentação mantém o corpo em forma. Tem música, dança e comida típica que eles mesmos preparam. É como um encontro de vizinhos que antigamente eles chamavam de filó. Cada turista paga R$ 80. O filó já dá mais dinheiro que a aposentadoria, e eles vão fazendo um pé de meia. Mas o melhor é que os idosos de Vila Flores se aproximaram e hoje são grandes amigos.



"É um amor que a gente tem por esse filó que a gente faz para os turistas e os turistas se divertem", comemora um dos gaúchos.



Não dá pra montar um filó em cada cidade, mas ideias assim preparam o futuro de um país que está envelhecendo.



"Se a gente conseguir fazer do Brasil um país em desenvolvimento que consegue responder esse desafio, nós vamos bombar. Então é de interesse nós termos políticas que respondam a essa revolução da longevidade", aposta Kalache.



O CUIDAR IDOSO não se responsabiliza, nem de forma individual, nem de forma solidária, pelas opiniões, ideias e conceitos emitidos nos textos, por serem de inteira responsabilidade de seu(s) autor(es).


Fonte: Jornal Nacional