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Terceira idade longe do sofá e da cama | Blog | Cuidar Idoso
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Terceira idade longe do sofá e da cama

Terceira idade longe do sofá e da cama


Ela é vaidosa. Não sai de casa sem passar, ao menos, hidratante, base com filtro solar, rímel e batom, pois acredita que o rosto é como um cartão-postal. A pele bem cuidada, os cabelos naturalmente ainda escuros e o sorriso fácil e contagiante surpreendem alguns quando a aposentada Rosa Rinaldi revela quantos anos tem: 71. 


Ela faz parte de uma parcela cada vez mais numerosa da população que chega à terceira idade celebrando a vida, esbanjando boa forma e bem-estar, com a agenda cheia de atividades.


Em uma recente pesquisa publicada pelo IBGE (intitulada Síntese de Indicadores Sociais — SIS: uma análise das condições de vida da população brasileira 2016) foi constatado que a presença de idosos a partir de 60 anos no total da população passou de 9,8%, em 2005, para 14,3% dez anos mais tarde. Não à toa, pessoas como Rosa formam um nicho com potencial de alavancar a economia.


— Eu caminho todos os dias, faço bicicleta, musculação, pilates e sempre me aventuro em alguma coisa nova, até tirolesa. O que me movimenta é não querer ficar parada. Eu tenho grupos separados por perfil de amigos: o povo que gosta de malhar; o povo que gosta de tomar chope; o povo que gosta de ir a uma exposição... E me orgulho de dizer que, há mais de dez anos, não assisto a novelas — destaca a aposentada que não para no sofá.

Formada em Biblioteconomia, ela cursou também Propaganda e Marketing e Turismo — um perfil mandala, como gosta de dizer, de quem gosta de experimentar.


Em encontros com pessoas de sua faixa etária, porém menos otimistas do que ela, prefere se blindar dos frequentes lamentos que ouve, especialmente sobre doenças. Mesmo já tendo passado por altos e baixos, ela defende que saber viver é saber administrar as dificuldades da vida e focar no que é bom.


— Parei de trabalhar e tive uma depressão, em 2003, quando já era viúva e estava com um irmão adoecido. Comecei a engordar, a enfeiar e a me largar. Até que fui fazer um exame médico simples, mas que deu um revés e me fez parar no CTI. Aí, resolvi virar a mesa e decretei: "Eu não vou morrer, não". Temos que nos sentir felizes todos os dias por acordarmos vivos — frisa.


Até o fim do ano passado, Rosa morava com o filho, de 29 anos, que se mudou apenas para outro bloco do mesmo condomínio, o que foi o bastante para despertar na aposentada a tal síndrome do ninho vazio. Por isso, ela e seu cãozinho de estimação seguirão novos rumos.


SOCIALIZAR É A CHAVE PARA SER FELIZ


O jornalista George de Kallay, o economista Wanderley Mazzei e a advogada Ana Maria Gaspar — mesmo com seus 67, 63 e 70 anos, respectivamente, e já aposentados — se encorajaram a voltar a uma sala de aula para aprender e aperfeiçoar o inglês.


Kallay mora com a mãe, de 96 anos. Mantém o condicionamento físico com o pilates e se diverte como integrante de um grupo de colecionadores e amantes de música clássica, especialmente ópera, que se reúne semanalmente para prosear e assistir a raridades. Longe do trabalho há apenas seis meses, ele lamenta ainda não conseguir preencher seus dias da forma como gostaria.


— Eu me estressava por levantar cedo, pegar o metrô cheio, mas agora me dou conta de que o fim daquela rotina é muito doloroso. Ainda estou tentando me adaptar — diz.


Mazzei é casado. Malha, vai ao clube e viaja bastante. Não quer saber de outra vida:

— Eu sempre sonhei em ser "vagabundo". E agora virei um. Antes da aposentadoria, eu e meus amigos conversávamos muito e todos diziam apavorados: "Trabalhamos a vida inteira, vamos parar e fazer o quê?". Eu respondia: "Não vou fazer nada". No primeiro dia, já me adaptei. Não ter um compromisso formal é muito bom.


Divorciada, Ana Maria gosta de celebrar aniversário com toda pompa e diz que o próximo festão será nos seus 75 anos. É vaidosa, cuida do corpo e promove bazares beneficentes:

— Uma coisa que tento passar para os jovens é que trabalhamos a vida inteira e temos que separar a vida pessoal disso, porque, se nos dedicarmos exclusivamente ao lado profissional, não conseguiremos abandoná-lo ao final; pessoas assim sentem o luto da aposentadoria. Quem levar a vida porcionada, tendo atividades com outros amigos, não terá esse sentimento.


Vilma Barroso também faz parte de uma turma experiente que sabe como manter a autoestima lá no alto, o Clube das Celebridades, projeto idealizado pela atriz Hela Castro. Com diversos títulos de beleza no currículo — incluindo o de Princesa do Clube dos Advogados da OAB — e participante do grupo Senhoras do Calendário, ela desfila pelo calçadão de Copacabana, agora, como rainha da turma na Zona Sul.


— Com o término do meu casamento, de 30 anos, em vez de procurar um psicólogo, procurei um curso de modelo e manequim. Curto minha própria companhia e levo a vida com bom humor e otimismo. Eu me sinto com 40 anos — diz a aposentada, que tem 67.


Ainda na ativa, o ator Gilberto Marmoros e o educador físico e professor de artes marciais Amadeu Filho também integram o grupo. Para o veterano da TV, fazer teatro é terapia. É durante a madrugada que ele aproveita para decorar os textos de seus trabalhos.


— Não sou um velho que precisa ir dormir às 22h. Enfrento os problemas que tenho (como a artrose) e tomo meus remédios; não fico lamentando as dores. Vivo os personagens que faço com intensidade — frisa Marmoros, de 72 anos, formado em Engenharia.


— Ensino a evitar fraturas em possíveis quedas, a se alongar de manhã antes de se levantar da cama, a respirar melhor, a ser alegre, a dançar, a ter uma alimentação diferenciada e, com tudo isso, afastar-se dos remédios. Descobri modelos, cantores... São pessoas que, geralmente após a aposentadoria, descobrem aptidão para as artes. Isso melhora a autoestima. Também já casamos muita gente. Nas festas, todas temáticas, eles tiram suas fantasias do armário e se apresentam.


O CUIDAR IDOSO não se responsabiliza, nem de forma individual, nem de forma solidária, pelas opiniões, ideias e conceitos emitidos nos textos, por serem de inteira responsabilidade de seu(s) autor(es).


Fonte: Extra Globo