Especialista orienta sobre como envelhecer com qualidade
Os brasileiros estão vivendo mais. Uma pesquisa divulgada em dezembro do ano passado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aponta que a expectativa de vida de quem nasceu no País em 2015 é de 75,5 anos, ante 75,2 anos dos que nasceram em 2014. Para se ter uma ideia, em 1940 a esperança de vida no Brasil era de 45,5 anos.
Viver mais, porém, não necessariamente significa viver melhor. Por isso, com mais tempo para aproveitar a velhice, os idosos devem ficar atentos a cuidados básicos que, tomados de forma disciplinada, ajudam significativamente a melhorar a qualidade de vida. Aliás, a regra não vale somente para quem está na terceira idade. "A qualidade de vida do idoso não depende somente das ações quando ele é idoso. Quanto mais cedo a gente começa a ter hábitos saudáveis, melhor a gente termina", alerta o geriatra Adson Passos.
Isso significa que as dicas válidas para quem já passou dos 60 anos são úteis também para quem ainda não chegou lá. Ou seja, a pessoa que adota boas práticas ao longo da vida terá mais facilidade para mantê-las na velhice, além de colher os frutos das ações tomadas na juventude e na vida adulta.
Sempre ativo
Manter-se ativo é uma espécie de mantra que deve ser seguido por quem quer garantir a qualidade de vida na terceira idade. Isso é válido em várias esferas, como a social, a profissional e a física. Na primeira delas, por exemplo, a atividade constante é uma maneira de evitar a depressão. "Muitos idosos começam a sofrer um isolamento social", comenta o médico.
Trabalhar é outro dos "segredos" da qualidade de vida na terceira idade. Neste caso, vale colocar a mão na massa tanto formalmente, num emprego, quanto informalmente, praticando atividades diversas ao longo do dia. "A gente já nasce pensando em parar. É importante ter um trabalho que ocupe a cabeça, não deixe a pessoa se sentir inútil", afirma Adson.
As atividades físicas, por sua vez, também são fundamentais. O recomendado é pelo menos 30 minutos por dia, cinco dias por semana. A prática diminui o risco das mais diversas doenças e, naturalmente, garante mais disposição para o dia a dia. "Aumenta a independência do idoso", resume o geriatra.
Fé na vida
Além dos três pontos citados, há outras medidas importantes que podem ser tomadas para melhorar a qualidade de vida. Uma delas é a alimentação saudável, que inclui evitar bebidas alcoólicas, cigarro e excesso de carboidratos. "Não se submeta a dietas da moda", aconselha o médico. Ele também lembra da importância de se evitar a automedicação, mesmo no caso de produtos naturais.
O geriatra recomenda ainda que o idoso tenha fé, independentemente de qualquer religião ou crença. "Desenvolva algum tipo de espiritualidade", indica, lembrando pesquisas e estudos que mostram que pessoas espiritualizadas, via de regra, vivem melhor.
O próprio acompanhamento com um geriatra faz parte dos cuidados que garantem a qualidade de vida. Ainda que a pessoa tenha um problema específico de saúde que necessite de um especialista (um cardiologista para tratar do coração, por exemplo), é o geriatra quem pode fazer indicações aos mais variados médicos e tratar do paciente como um todo. "O geriatra é um gerente da saúde do idoso", resume.
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